Eu gostaria de dirigir um olhar contemplativo para Maria, da forma como ela é descrita nos Atos dos Apóstolos, quando nascia a Igreja. No início deste escrito neotestamentário, que apresenta a vida da primeira comunidade cristã, Lucas, após ter citado os nomes dos Apóstolos, um a um, afirma: "Todos estes, unânimes, perseveravam na oração com algumas mulheres, entre as quais Maria, a Mãe de Jesus, e os irmãos dele." (Isto é, os primos de Jesus.) (At 1, 14) Neste quadro a pessoa de Maria se destaca, como sendo a única que, além dos Apóstolos, é chamada pelo nome: ela representa um rosto da Igreja, diferente e complementar àquele, ministerial ou hierárquico. Efetivamente, a frase de Lucas relata a presença de algumas mulheres no Cenáculo, mostrando, desta forma, a importância da contribuição da mulher na vida da Igreja, desde os seus primórdios. Esta presença está estreitamente ligada à perseverança da comunidade, na oração e na concórdia. E estes traços exprimem, com perfeição, dois aspectos fundamentais da contribuição específica da mulher na vida eclesial. Os homens, em geral, mais voltados para as atividades externas, necessitam da ajuda da mulher para serem reconduzidos às relações pessoais e para progredirem no caminho que leva à união dos corações. Maria assume, de modo eminente, esta missão da mulher. Quem melhor do que Ela nos estimula à persistência na oração? Quem melhor do que ela é capaz de promover a concórdia e o amor?
João Paulo II Audiência geral do dia 6 de setembro de 1995
Santa Maria.
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